
Aliados de Jair Bolsonaro (PL) intensificam articulações no Senado para tentar reverter a prisão domiciliar do ex-presidente e frear o avanço do inquérito sobre a trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). A principal aposta do grupo é pressionar pela abertura de um dos pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes.
Nos bastidores, senadores avaliam que o PL da Anistia está praticamente enterrado, mas veem nas sanções impostas pelos Estados Unidos — e possíveis novas ações de Donald Trump — uma oportunidade para reacender a mobilização no Congresso. Apesar das expectativas, lideranças bolsonaristas negam articulações formais para novas sanções no momento.
A estratégia dos parlamentares é usar o pedido de impeachment como instrumento político para tentar reverter as medidas cautelares e desgastar a imagem do STF. Atualmente, há cerca de 20 pedidos de impeachment de Moraes na mesa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com o apoio declarado de 33 senadores. Alcolumbre, no entanto, já sinalizou que não deve levar os requerimentos à votação.
Caso o Senado não avance, deputados aliados pretendem retomar a mobilização em torno do PL da Anistia — principal aposta da base bolsonarista até aqui. Ainda assim, interlocutores admitem que o projeto está sem chances de prosperar no plenário.
Prisão de Bolsonaro
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi determinada na segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, por descumprimento de medidas cautelares impostas no inquérito que investiga tentativa de golpe. A decisão foi motivada por uma publicação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), na qual reproduziu uma fala do pai antes dos atos na orla do Rio de Janeiro. A postagem foi apagada horas depois, alegando “insegurança jurídica”.