O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) negou, nesta quarta-feira (6), o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do rapper Oruam, preso desde 22 de julho na Penitenciária Dr. Serrano Neves. A decisão foi proferida pela desembargadora Marcia Perrini Bodart, da Quarta Câmara Criminal.

Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, nome de batismo do artista, é acusado de tentativa de homicídio qualificado contra dois agentes da Polícia Civil. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), ele e outros teriam atirado pedras de cerca de cinco quilos contra os policiais durante uma ação em sua rua, assumindo o risco de matar — o que, para os promotores, configura dolo eventual e permite a aplicação da Lei dos Crimes Hediondos.

A defesa de Oruam alegou “constrangimento ilegal” e “perseguição”, classificando a prisão preventiva como “artificial” e acusando os policiais de violência e abuso durante a abordagem que levou à confusão. Em trechos do pedido revelados pela coluna de Ancelmo Gois, a defesa sustenta que o rapper tem sido injustamente tratado como criminoso, apesar do destaque nacional e internacional conquistado na música.

O episódio que motivou a prisão ocorreu em 21 de julho, quando Oruam e amigos teriam tentado impedir a apreensão de um adolescente investigado por tráfico e roubo. Vídeos registraram o cantor golpeando uma viatura da PM antes da saída dos policiais do local. Ainda segundo o MPRJ, pedras foram lançadas de uma varanda a 4,5 metros de altura, atingindo as costas de um agente e colocando outro em risco.

Com a negativa do habeas corpus, Oruam continuará preso enquanto responde às acusações.