Brasil – Gilberto e Flora Gil enviam notificação extrajudicial ao padre Danilo César, da Paróquia de São José, em Areial (PB), e à Diocese de Campina Grande, após declarações ofensivas feitas durante uma homilia em 27 de julho.

O documento, revelado pela colunista Mônica Bergamo e assinado pelos advogados do casal, afirma que o sacerdote classificou religiões de matriz africana como “forças ocultas” e disse desejar que “o diabo levasse” seus praticantes. Em seguida, questionou de forma irônica: “Cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”.

A notificação afirma que as falas representaram “enorme desrespeito” ao luto da família e à memória de Preta Gil, morta em 20 de julho, aos 50 anos.

O texto também aponta violação da liberdade religiosa prevista na Constituição e possível enquadramento no crime de discriminação por motivo de religião, previsto na Lei nº 7.716/1989, com pena de até cinco anos de prisão.

Pedidos de retratação e responsabilização

O vídeo foi retirado do canal da paróquia no YouTube após a repercussão, e o perfil do padre no Instagram deixou de estar ativo. Mas a defesa de Gilberto e Flora Gil exige retratação pública pelo mesmo meio e formato das declarações — missa transmitida ao vivo no YouTube — e solicita apuração e responsabilização eclesiástica do padre. O prazo dado para que a Diocese informe, por escrito, as providências tomadas é de dez dias úteis.

Até o momento, segundo a notificação, nem o padre nem a Diocese fizeram qualquer manifestação pública ou contato com a família Gil. Caso não haja iniciativa, a tendência é de processo na Justiça.

Outras ações contra o religioso

A Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria de Souza já tomou medidas. O presidente da entidade, Rafael Generino, registrou boletim de ocorrência e afirmou que vai acionar o Ministério Público da Paraíba.