Integrantes da CPI do INSS avaliam que um dos requerimentos aprovados pode revelar a participação do irmão do presidente Lula, conhecido como Frei Chico, no esquema de descontos associativos fraudulentos aplicados a aposentados.

Outro requerimento, apresentado pela deputada Adriana Ventura, solicita ao INSS a identificação das contas bancárias indicadas pelo Sindnapi para o recebimento de recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social entre 2015 e 2025.

Segundo a parlamentar, há fortes indícios de que, assim como outras entidades sindicais do setor, o Sindnapi tenha usado convênios e acordos de cooperação técnica com o INSS para promover filiações em massa e reter valores diretamente das aposentadorias, sem o devido consentimento dos beneficiários.

O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que, caso o nome de Frei Chico apareça em alguma investigação ou quebra de sigilo, ele será convocado a depor. “Se o nome dele for citado, pode ter certeza de que vamos chamar”, disse.

A comissão também aprovou requerimentos para levantar informações sobre Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, apontado pela Polícia Federal como peça-chave no esquema. Foram solicitados dados sobre viagens internacionais nos últimos cinco anos, veículos apreendidos e registros de entrada e saída do Brasil, além de acessos ao Senado e à Câmara entre 2019 e 2025.

Viana relatou ainda que foi necessário acionar a Polícia Legislativa do Congresso para tentar localizar o “Careca do INSS”, que até agora não respondeu aos contatos, nem pessoalmente nem por meio de sua defesa.

Além disso, foram aprovados pedidos de informações ao INSS, à Controladoria-Geral da União (CGU), à Advocacia-Geral da União (AGU), à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) para aprofundar as investigações sobre as fraudes.

Na manhã desta quinta-feira (4), a CPI também ouve Eliane Viegas Mota, diretora de auditoria de previdência e benefícios da CGU.