Brasil – Juristas e figuras políticas associadas à Operação Lava Jato demonstraram entusiasmo com o posicionamento do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante o julgamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados, ocorrido nesta quarta-feira (10/9). Entre os que celebraram o voto de Fux estão o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol, o senador Sergio Moro (União-PR) e outros simpatizantes da operação que levou à condenação do presidente Lula (PT), posteriormente anulada pelo STF. Fux é tradicionalmente visto como um aliado pelos defensores da Lava Jato.

Dallagnol, um dos principais nomes da força-tarefa, expressou apoio à manifestação do ministro, destacando que Fux teria exposto a diferença de tratamento entre os réus do caso de 8 de janeiro e Bolsonaro. Em suas redes sociais, ele escreveu: “Fux está jogando na cara dos ministros que o STF julgou MORADORES DE RUA pelo 8 de janeiro NO PLENÁRIO, enquanto Bolsonaro, ex-presidente, está NA TURMA”. Ele também resgatou a frase “In Fux we trust” (“No Fux a gente confia”), usada em conversas vazadas da Vaza Jato, cuja veracidade Dallagnol nunca confirmou.

Sergio Moro também celebrou o voto de Fux, criticando ministros do STF e o processo contra Bolsonaro, ao mesmo tempo em que elogiou a postura do magistrado. A procuradora da República Thaméa Danelon classificou o voto como uma “aula de Constitucional e Processo Penal ao vivo”.

Rosângela Moro, deputada federal e esposa do senador Moro, afirmou que Fux reconheceu a incompetência do STF para julgar os réus do 8 de janeiro, destacando que houve uma grave violação à Constituição. Segundo ela, o Supremo foi transformado em um tribunal de exceção, o que representa uma banalização do texto constitucional.

Na fala que gerou repercussão, Fux afirmou que o STF não deve exercer função política e que o papel do juiz não se confunde com o de um agente político. Ele reforçou que a Constituição deve ser aplicada igualmente a todos. A declaração provocou reações intensas, tanto de apoio quanto de oposição.