
Na noite desta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou estar “triste” ao ver **um pobre roubando outro pobre”. A declaração foi feita durante críticas à proliferação de cercas em condomínios e residências, que, segundo ele, refletem o medo de quem tem do que quem não tem.
“Nós nascemos para viver em comunidade, para nos ajudar, como todos os animais. Mas estamos sendo cada vez mais individualizados. Hoje, numa vila, todas as casas estão cercadas, como se fossem celas. Pessoas que têm o que comer vivem com medo daquelas que não têm. Isso é muito triste. Quando vejo um pobre assaltando outro pobre, fico triste. Só vai parar quando o Estado brasileiro cuidar das pessoas com respeito”, disse Lula.
A fala ocorreu durante a exibição do filme A Melhor Mãe do Mundo, da diretora Anna Muylaert, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Parte da equipe e do elenco do longa estava presente, assim como o cantor e ator Seu Jorge. O filme conta a história de uma catadora de materiais recicláveis, e o presidente destacou a importância de “dar visibilidade” a essas pessoas.
“Para que se perceba que essas pessoas pobres, que andam com uma carroça nas ruas, estão fazendo a limpeza que os ricos descartam”, ressaltou.
Não é a primeira vez que Lula usa a expressão. Em junho, ele comentou o desvio de benefícios de aposentados e pensionistas do INSS:
“Nós vamos devolver o dinheiro aos aposentados que foram lesados. Antigamente, as pessoas roubavam bancos, pessoas ricas. Hoje, é pobre roubando pobre. Quadrilhas se formam em nome dos aposentados, roubando os próprios aposentados”, afirmou.