Pesquisadores britânicos registraram possivelmente o caso mais longo de infecção por Covid-19 já documentado: um paciente permaneceu positivo para o vírus por 750 dias consecutivos, até falecer. O caso foi detalhado em artigo publicado nesta semana na revista The Lancet Microbe.

O homem, que tinha imunossupressão grave devido a um tratamento prévio contra o câncer, não conseguiu eliminar o Sars-CoV-2 desde o diagnóstico inicial. Durante esse período, o vírus apresentou múltiplas mutações, monitoradas por meio de exames genômicos.

Segundo os especialistas, a condição é rara e chamou atenção pela persistência do patógeno no organismo e pelo risco potencial de gerar variantes. Embora não haja evidências de que este caso tenha originado novas linhagens, a equipe médica destacou a importância de acompanhamento contínuo de pacientes imunocomprometidos.

Infecções prolongadas em discussão

Casos de Covid-19 de longa duração são incomuns, mas já foram observados em outros pacientes vulneráveis. Antes deste episódio, o registro mais longo durava cerca de 505 dias. Situações como essa levantam questionamentos sobre os limites da resposta imunológica em pessoas com doenças graves e sobre o papel de infecções crônicas na evolução do vírus.