
O ex-ministro José Dirceu (PT) criticou o Congresso Nacional neste domingo (21), durante manifestação de apoiadores do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília.
“Temos que tomar consciência de que, para mudar o país, precisamos mudar o Congresso Nacional”, afirmou Dirceu no palanque.
O ato, que também ocorreu em mais de 30 cidades pelo país, protestou contra a PEC das Prerrogativas, aprovada na Câmara na semana passada, e contra a tentativa de anistia a envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado.
Dirceu acusou os congressistas de se recusarem a discutir projetos do governo voltados à economia popular, como a isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e o fim da escala 6 por 1. “É hora de cobrar impostos dos ricos, do BBB. Precisamos de unidade contra a família Bolsonaro, contra a extrema-direita e contra governadores como Tarcísio de Freitas, que apoiam Trump, traição nacional”, disse, em referência ao mote do PT contra bilionários, bancos e apostas.
Com a eleição de Edinho Silva à presidência do PT, Dirceu ganhou assento na direção do partido e já articula uma possível candidatura à Câmara em 2026. “Quero saudar cada companheiro que veio aqui com a certeza de que vamos derrotá-los e reeleger Lula”, declarou.
O ato em Brasília começou nas imediações do Museu Nacional e seguiu em passeata até o Congresso. Os manifestantes exibiam faixas com dizeres como “sem anistia para golpista”, “Congresso inimigo do povo” e “não à PEC da Bandidagem”.
Nos discursos e nos cantos, críticas foram direcionadas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que pautou a votação de urgência do projeto de anistia que pode beneficiar Jair Bolsonaro, atualmente chamado de “PL da Dosimetria” pelo relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
Participaram ainda do ato políticos do entorno do PT em Brasília, incluindo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), além do líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), e do deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Pimenta destacou o impacto da manifestação: “É um tapa na cara da sociedade votar essas duas matérias. São temas de alta rejeição popular e provocam essa reação. Há muito tempo não via um ato tão grande em Brasília”.