O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta terça-feira (23) na abertura da Assembleia Geral da ONU e reforçou a defesa da soberania brasileira. Em tom firme, criticou “sanções arbitrárias”, numa referência direta ao governo de Donald Trump, e destacou que a democracia do país não está à venda.

“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu recado a todos os candidatos autocratas e seus apoiadores: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral”, afirmou Lula.

O presidente também fez críticas internas ao citar “falsos patriotas” que, segundo ele, atuam contra o Brasil — menção às articulações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e do influenciador Paulo Figueiredo.

No cenário internacional, Lula voltou a atacar a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza. “Nada justifica o genocídio em Gaza”, disse, em mais uma cobrança por um cessar-fogo imediato.

A Assembleia teve início com o discurso do secretário-geral da ONU, António Guterres, que defendeu o multilateralismo e afirmou que a paz deve ser a “primeira obrigação” das nações.

Contexto político

O discurso ocorre um dia após os Estados Unidos anunciarem nova rodada de sanções a autoridades brasileiras, em meio à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Entre os alvos estão Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do STF Alexandre de Moraes, e o advogado-geral da União, Jorge Messias, que tiveram vistos suspensos.