O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (6) que enviou uma carta ao papa Leão XIV pedindo apoio do Vaticano para promover a paz no país. A declaração foi feita durante seu programa transmitido pela TV estatal, em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos.

Maduro afirmou ter “grande fé” no pontífice e destacou o papel da Igreja Católica como mediadora em crises internacionais. “Pedi ajuda ao papa, ao nosso senhor Jesus Cristo. Tenho fé de que o papa Leão XIV, como escrevi na carta, ajudará a Venezuela a preservar e alcançar a paz e a estabilidade. Que ele abrace o nosso país com suas bênçãos e com a diplomacia do Vaticano, para que consigamos uma grande vitória da paz”, declarou o líder venezuelano.

O apelo ocorre em um momento de forte pressão dos EUA, que mantêm navios de guerra posicionados no Caribe, próximos à costa venezuelana. O governo norte-americano, sob Donald Trump, afirma que as operações têm como objetivo combater o narcotráfico na região. A mobilização naval foi ordenada após Washington acusar Maduro de liderar o cartel de drogas Los Soles.

Segundo as autoridades americanas, ao menos quatro embarcações foram atacadas por navios de guerra nas últimas semanas, sob a justificativa de que transportavam entorpecentes. Trump chegou a declarar que 14 pessoas morreram nas operações, mas não apresentou provas concretas da suposta ligação da Venezuela com o tráfico.

Maduro classificou as ações dos EUA como “agressão armada” e negou qualquer envolvimento com o narcotráfico. Questionado sobre a expectativa de uma mediação do Vaticano diante da crise, o presidente disse confiar em uma solução pacífica:

“Sim, ele [o papa] buscará os caminhos, e esperamos que essa iniciativa possa ser tomada”, afirmou.

Cerco norte-americano no Caribe

Na última sexta-feira (3), o governo Trump anunciou mais um ataque a uma embarcação na costa venezuelana, alegando que o navio transportava “drogas suficientes para matar de 25 mil a 50 mil pessoas”.