Na última segunda-feira (14), a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) revelou que o tarifaço imposto por Donald Trump sobre produtos brasileiros provocou uma forte queda de 37% nas exportações de motocicletas do Polo Industrial de Manaus (PIM) para os Estados Unidos entre janeiro e setembro de 2025.

Segundo o presidente da entidade, Marcos Bento, o impacto foi imediato e negativo: “O mercado americano é essencial para nós, tanto pela representatividade quanto pela credibilidade que dá à Zona Franca de Manaus. Nosso produto é de alta tecnologia e competitivo, mas as novas tarifas prejudicaram o setor”.

Bento afirmou que, embora as fábricas tenham buscado outros destinos para compensar as perdas, “a expectativa é que as taxas americanas retornem ao patamar anterior”. Entre os novos mercados, Argentina e Colômbia apresentaram crescimento expressivo nas compras de motocicletas produzidas no Amazonas, compensando parcialmente a retração nos EUA.

Mesmo com o golpe nas exportações, a Abraciclo revisou para cima sua projeção anual de produção, agora estimada em 1,95 milhão de unidades em 2025 — alta de 11,5% em relação ao ano anterior. A associação também prevê aumento de quase 12% nas vendas internas, com 2,1 milhões de motocicletas emplacadas até o fim do ano.

Nos nove primeiros meses de 2025, a indústria de duas rodas de Manaus produziu 1,49 milhão de unidades, o melhor resultado para o período em 14 anos, confirmando a força do PIM apesar do revés internacional.