
O Ibama solicitou uma nova reunião com a Petrobras para discutir pendências no plano de emergência referente ao primeiro poço em águas profundas na bacia da Foz do Amazonas. A reunião foi marcada para esta quinta-feira (16) e visa esclarecer ajustes questionados pelo órgão após o simulado de perfuração realizado em agosto, que incluiu um cenário de ataque hacker à sonda.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a empresa foi surpreendida e alertou que atrasos na liberação da licença podem resultar na perda da sonda ODN-2, contratada para o poço, cujo contrato vence no próximo dia 21. A estatal estima que a sonda, posicionada a cerca de 175 km do litoral do Amapá, custa US$ 4,2 milhões. Em caso de substituição, um novo simulado de perfuração poderia ser necessário.
Em nota técnica, o Ibama apontou lacunas no plano de proteção à fauna, no esquema de comunicação para países vizinhos em caso de vazamento e nos tempos de resposta das embarcações de emergência. O ofício enviado à Petrobras reforça a necessidade de sanear esses pontos para viabilizar a emissão da licença do empreendimento.
Durante evento no Rio de Janeiro nesta terça-feira (14), Magda disse que a empresa esclarecerá os pontos e espera sair da reunião com a licença aprovada. Ela defendeu a abertura de novas fronteiras exploratórias, afirmando que a exploração na Foz do Amazonas pode contribuir para o desenvolvimento econômico do Amapá.
A presidente da Petrobras também comentou sobre a segurança de energias renováveis e veículos elétricos, destacando riscos de incêndio em baterias e questionando a capacidade de suprir a demanda energética futura. Magda ainda criticou a complexidade do Ibama, ressaltando que o órgão precisa lidar com múltiplos setores, como petróleo, energia elétrica e fauna, muitas vezes sem estrutura adequada.
Por fim, Magda destacou que eventos como a COP30, que ocorrerá em novembro em Belém, serão oportunidades para mostrar a necessidade de desenvolvimento sustentável na região Norte.