A Nestlé anunciou nesta quinta-feira (16) que vai cortar 16 mil empregos em todo o mundo — cerca de 6% do seu quadro global — nos próximos dois anos. A medida faz parte de um plano de redução de custos de 3 bilhões de francos suíços (aproximadamente R$ 20,4 bilhões) até 2027, valor superior à meta anterior de 2,5 bilhões (R$ 17 bilhões). É o primeiro grande anúncio sob a gestão do novo CEO, Philipp Navratil.

O maior grupo de alimentos embalados do mundo informou que cerca de 12 mil vagas administrativas serão eliminadas em diferentes regiões e funções, além de 4 mil postos na manufatura e cadeia de suprimentos. A empresa emprega hoje cerca de 277 mil pessoas globalmente.

Segundo Navratil, os cortes já começaram e devem se intensificar até 2027.

“O mundo está mudando, e a Nestlé precisa mudar mais rápido”, afirmou o executivo em teleconferência.

O novo CEO, que assumiu o comando em setembro após a saída de Laurent Freixe, disse que a prioridade agora é retomar o crescimento impulsionado por volume e que a companhia vai aumentar os investimentos nesse objetivo.

O crescimento orgânico das vendas da Nestlé subiu para 4,3% no terceiro trimestre, após 2,9% no primeiro semestre, com destaque para a recuperação dos volumes e estabilidade dos preços. O crescimento interno real, principal métrica de volume da empresa, avançou 1,5%, revertendo a queda de 0,4% no trimestre anterior.

A Nestlé manteve suas projeções para 2025, esperando que o crescimento orgânico supere o de 2024 (2,2%) e projetando uma margem operacional subjacente de 16% ou mais.