Na noite desta quinta-feira (16), durante a abertura do 16º Congresso do PCdoB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou preocupação com o avanço da extrema-direita no mundo e fez duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “figura politicamente grotesca”.

“Como é que se explica uma figura politicamente grotesca como o Bolsonaro virar presidente da República desse país? Como é que se explica outras figuras serem eleitas em outros países da América do Sul e na Europa?”, questionou o petista, associando o crescimento da extrema-direita atual à que surgiu na Segunda Guerra Mundial.

Lula defendeu que a esquerda reflita sobre seus próprios erros diante da perda de espaço global.
“Se a gente não discutir isso, não vai descobrir por que a extrema-direita cresceu tanto e os setores progressistas diminuíram. Muitas vezes a gente joga a culpa nos outros e não pensa no que deixou de fazer”, disse.

O presidente também lembrou com nostalgia o período em que governou o Brasil cercado por lideranças de esquerda na América do Sul.
“A minha convivência com Michelle Bachelet e Ricardo Lagos no Chile, Cristina Kirchner na Argentina, Tabaré Vázquez e Pepe Mujica no Uruguai, Fernando Lugo no Paraguai, Hugo Chávez na Venezuela e Evo Morales na Bolívia… Isso tudo acabou”, lamentou.

Lula ainda mencionou a criação da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), em 2008, destacando o período como “o melhor momento político da América do Sul em 500 anos”. A organização perdeu força durante o governo Bolsonaro, quando o Brasil se retirou do grupo em 2019, voltando apenas em 2023 sob a atual gestão.

“Não é fácil reconstruir, porque as eleições estão mostrando que a extrema-direita está voltando”, concluiu o presidente.