O Aeroclube do Amazonas (ACA) tem 40 dias para desocupar completamente suas instalações no aeroporto localizado no bairro Flores, zona centro-sul de Manaus. A decisão foi tomada após um acordo em audiência de conciliação com a Infraero, realizada nesta quarta-feira (22), encerrando uma longa disputa judicial pela área.

Nos últimos dias, a situação gerou grande tensão, especialmente após a instituição receber uma ordem de despejo com prazo de cinco dias, suspensa posteriormente pela Justiça Federal. Para o presidente do ACA, Cassiano Orozco, o resultado da audiência representou uma derrota inevitável.

“Na audiência, tivemos a chance de expor nossa situação diante da tentativa de despejo, mas as alegações da Infraero se sobrepuseram aos nossos argumentos. Infelizmente, fomos lá já com a derrota anunciada”, declarou Orozco.

O presidente ressaltou que o acordo foi a única alternativa para proteger a associação, seus diretores e associados, que trabalham voluntariamente no local. “Apesar da negociação ter sido difícil, conseguimos eliminar multas e evitar que os diretores tivessem seus bens acessados. Por isso, tivemos que concordar em desocupar as instalações em 40 dias”, completou.

A desocupação abrange toda a estrutura do Aeroclube, incluindo salas administrativas, quatro salas de aula, salas de simuladores (link trainers) e todos os aviões, que deverão ser retirados do hangar.

O conflito ganhou força em 2023, quando o governo federal transferiu a gestão do Aeródromo de Flores para a Infraero. Na última quarta-feira (15), o ACA recebeu uma ordem de despejo imediato, com prazo para saída até domingo (19). A decisão foi suspensa na segunda-feira (20), permitindo a realização da audiência de conciliação, que definiu o futuro da instituição no local.