Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Nexus, revelou que a “taxa das blusinhas” — imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50 (cerca de R$ 268) — fez crescer o número de consumidores que desistem da compra antes de finalizá-la.

De acordo com o levantamento, o índice de desistência subiu de 13% para 38% entre maio de 2024 e outubro de 2025. Já o ICMS também teve impacto: o percentual de quem deixou de comprar por causa do imposto aumentou de 32% para 36%.

Enquanto isso, o comércio nacional foi beneficiado. O número de consumidores que passaram a buscar alternativas com entrega no Brasil cresceu de 22% para 32%, e a taxa de desistência caiu de 58% para 42%. As compras em lojas físicas também avançaram, de 13% para 14%.

Criada pelo governo federal após pressão de empresários do varejo, a medida buscava equilibrar a concorrência com plataformas internacionais. No entanto, um estudo da LCA Consultores, encomendado pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), mostrou que a cobrança não gerou novos empregos nem impactou significativamente o setor, com crescimento de apenas 0,97% no emprego formal — abaixo da média nacional de 3,04%.

O levantamento ainda apontou que as classes C, D e E foram as mais atingidas, respondendo por cerca de 70% da arrecadação obtida com o novo imposto.