Na última segunda-feira (3), o nome do deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) e de familiares foi citado durante a CPMI do INSS, em Brasília. Segundo o relator, Alfredo Gaspar (UB-AL), repasses irregulares que somam R$ 1,9 milhão teriam beneficiado entidades e contas ligadas à família do parlamentar, que já possui condenação por prática de “rachadinha”.

De acordo com Gaspar, parte dos valores desviados da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA) teria sido transferida para instituições e pessoas ligadas a Silas. Entre os repasses apontados estão R$ 11 mil para a Fundação Boas Novas, administrada por Jônatas Câmara; R$ 37 mil para Heber Tavares Câmara; e R$ 9 mil diretamente para a conta do deputado.

O relator destacou que não há dúvidas sobre o esquema de desvios, que teria beneficiado empresas ligadas à Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas (IEADAM/CEADAM), organização presidida por integrantes da família Câmara.

O presidente da CBPA, Abraão Lincoln Ferreira, preferiu permanecer em silêncio durante a sessão.

Já o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), apresentou um balanço dos trabalhos da CPMI, que somaram 21 reuniões, 153 horas de debates e mais de 2 mil requerimentos e documentos analisados. Viana destacou ainda que a Previdência Social firmou um acordo com um banco para devolver R$ 7 milhões a aposentados, resultado das investigações em andamento.