Brasil – O Ministério da Fazenda diminuiu a sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 de 2,3% para 2,2%. A estimativa para o ano que vem permaneceu em 2,4%. As informações constam do Boletim Macrofiscal de novembro, publicado pela Secretaria de Política Econômica (SPE) nesta quinta-feira, 13.

As projeções da SPE continuam acima das medianas do último relatório Focus, que indicavam crescimento de 2,16% para o PIB em 2025 e de 1,78% para 2026.

“A revisão de 2025 está relacionada à perspectiva de expansão pouco menor que a inicialmente esperada para o PIB do terceiro trimestre, impactando também a projeção para o trimestre à frente”, diz a SPE, que cortou a projeção de crescimento para o PIB do terceiro trimestre de 0,4% para 0,3%.

Segundo a pasta, os dados do terceiro trimestre mostram uma contração nas concessões reais de crédito, além de uma redução da população ocupada frente ao trimestre anterior, embora o desemprego permaneça nas mínimas.

Em 2025, a secretaria reduziu as estimativas de crescimento do PIB da indústria (1,4% para 1,3%), devido ao quadro hídrico e ao desempenho da indústria de transformação, e de serviços (2,1% para 1,9%), por causa da desaceleração do crédito e mercado de trabalho. A projeção para o PIB da agropecuária cresceu de 8,3% para 9,5%, na esteira de novas estimativas de safra e abates.

Para 2026, a SPE diz que a estimativa foi mantida por causa da expectativa de que a política monetária se torne menos contracionista. Com isso, o mercado de crédito deve ficar menos restritivo, em um movimento amparado também pelas políticas de crédito habitacional e ao trabalhador.

As projeções para o ano que vem incluem uma expansão de 0,8% para o PIB da agropecuária, puxada para baixo pelo menor abate de fêmeas bovinas. Os serviços, em contrapartida, devem avançar 2,2%, sustentados pela isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Para o PIB da indústria, a previsão é de alta de 1,8%, com amparo da indústria extrativa e da construção civil.

Segundo a SPE, a partir de 2027, o ritmo de crescimento deverá se situar mais próximo de 2,6%.

Inflação

O Ministério da Fazenda também diminuiu a sua projeção para o IPCA de 2025, de 4,8% para 4,6% – ligeiramente acima do teto da meta, de 4,5%. Para 2026, a projeção passou de 3,6% para 3,5%, ainda maior do que o centro do alvo, de 3%.

A revisão na projeção para 2025 repercute os efeitos defasados do real mais apreciado nos preços e a inflação menor do que a esperada no atacado agropecuário e industrial, além do excesso na oferta de bens em escala mundial como reflexo de mudanças no comércio internacional, diz a SPE.

“Nos últimos meses, a menor expectativa de inflação pode ser associada ainda à desaceleração no ritmo de crescimento econômico”, afirma. Segundo a secretaria, esse vetor também contribuiu para reduzir a estimativa para a inflação da média das cinco principais medidas de núcleos neste ano, de 4,9% para 4,7%.

Essas projeções consideram bandeira tarifária amarela para energia elétrica em dezembro. Caso a bandeira seja verde, crescem as chances de a inflação ser dentro do intervalo da meta ainda em 2025, pondera.

Já as estimativas para o IPCA 2026 e 18 meses à frente consideraram os efeitos inerciais e defasados da política monetária, além de definições de reajustes para alguns itens monitorados. “Para o horizonte relevante da política monetária, no segundo trimestre de 2027, a expectativa é de que a inflação recue para 3,2%. Em seguida, projeta-se inflação convergindo para a meta”, diz.

A projeção da Fazenda para o INPC de 2025 diminuiu de 4,7% para 4,5%. Para o IGP-DI, caiu de 2,6% para 1,4%.