
Um comunicado atribuído a integrantes do Terceiro Comando Puro (TCP) passou a circular de forma intensa em grupos de WhatsApp de moradores de áreas dominadas pelo tráfico em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A mensagem, de tom categórico, determina a suspensão imediata de todas as cobranças por serviços dentro de comunidades do bairro Fonseca e adjacências.
Segundo o texto que tem sido compartilhado, ficam proibidos pagamentos por serviços como mototáxi, internet e TV a cabo clandestinas (“gatonet”), além de quaisquer outras taxas impostas a moradores. O comunicado afirma ainda que nenhum integrante do TCP estaria autorizado a realizar cobranças nas localidades mencionadas.
A ordem cita diretamente as comunidades Santo Cristo, Coréia, Pimba, Coronel, C4 e Palmeira, e reforça que a determinação vale para todo o Fonseca e também para a Engenhoca. Moradores tratam a mensagem como uma “diretriz interna” da facção, indicando um processo de reorganização do controle criminoso na região.
Disputa e pressão do “bonde do Malvadão”
Fontes da área de segurança apontam que a iniciativa estaria ligada à estratégia do grupo conhecido como “bonde do Malvadão”, ligado ao TCP, que teria interesse em retomar o domínio do Fonseca e montar uma nova base operacional da facção em Niterói. As cobranças ilegais — agora suspensas — eram, segundo investigadores, parte do financiamento das atividades criminosas.
Paralelamente, há relatos de tensão crescente e ataques em áreas de disputa, incluindo os Morros do Estado, Chácara, Arroz e Preventório, no bairro de Charitas, indicando possível expansão territorial ou nova fase de confrontos entre facções rivais.
As autoridades reforçam que qualquer cobrança imposta por organizações criminosas é ilegal e orientam moradores a não compartilhar o comunicado e a registrar denúncias anônimas que possam auxiliar investigações.






