O velório de Márcio Souza, renomado escritor, dramaturgo e cineasta, começou às 17h desta segunda-feira (12/08), no Centro Cultural Palácio Rio Negro, em Manaus. Ele faleceu na manhã do mesmo dia, aos 78 anos, vítima de um infarto. O sepultamento será na terça-feira (13/08), às 16h, no Cemitério São João Batista.

Nascido em Manaus em 1946, Márcio Souza foi uma figura central na cultura amazonense, destacando-se principalmente na literatura e no teatro. Seu irmão, Amecy Souza, relatou que Márcio começou a se sentir mal no final da tarde de domingo, mas, mesmo com dores no peito, recusou atendimento médico. “Ele queria viver até os 85 anos, mas, infelizmente, não conseguiu”, lamentou Amecy.

Dori Carvalho, ator, poeta e jornalista, expressou profunda tristeza pela perda do amigo. Ele relembrou a importância de Márcio Souza em sua vida desde que chegou a Manaus, na década de 1970. “Márcio é a tradução completa de Manaus, do Amazonas, da Amazônia. Sua ironia e verve literária eram inigualáveis”, afirmou.

O secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, destacou a vasta contribuição de Márcio Souza ao estado do Amazonas, tanto como diretor da Biblioteca Pública quanto em sua carreira nacional, incluindo a liderança na Biblioteca Nacional e na Funarte. “Ele sempre compartilhou generosamente seu vasto conhecimento”, ressaltou Marcos Apolo.

O Legado

Márcio Souza deixou uma marca indelével na literatura brasileira com obras clássicas como “Galvez, Imperador do Acre” (1976) e “Mad Maria” (1980), adaptada para a TV em 2005 pela Rede Globo. Outras importantes obras incluem “A Invenção da Amazônia”, “Amazônia Indígena”, “A Caligrafia de Deus”, “Operação Silêncio”, e “Lealdade”, premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte em 1997.

No teatro, Márcio foi pioneiro em Manaus com o Teatro Experimental do Sesc (Tesc), onde escreveu e dirigiu peças memoráveis como “A Paixão de Ajuricaba” e “As Folias do Látex”. Além disso, ele dirigiu o filme “A Selva”. Até recentemente, Márcio ocupava o cargo de diretor da Biblioteca Pública e do Departamento de Gestão de Bibliotecas do Governo do Amazonas, reafirmando seu compromisso com a cultura local.