Por não aceitar que funcionárias de uma empresa concorrente panfletassem em frente à sua loja de tintas, um empresário xingou as trabalhadoras com palavras racistas. Conforme quatro Boletins de Ocorrência registrados contra o autor das injúrias, os casos aconteceram no Boulevard Álvaro Maia, zona centro-sul de Manaus, no final de novembro e início de dezembro deste ano, mas, somente ontem veio à tona.
Uma funcionária que não quis ser identificada relatou à reportagem que foi vítima de injúria racial e ameaçada quando ela estava realizando panfletagem em uma rua próxima à loja do empresário. Na ocasião, o empresário enviou dois funcionários na tentativa de expulsar a trabalhadora do local.
“Um funcionário falou que eu não poderia estar panfletando no local e eu disse que não estava fazendo nada fora da lei. Depois veio outro funcionário pedir para que eu saísse e eu recusei. Foi quando o próprio dono da empresa apareceu e foi agressivo, me chamando de ‘Negrinha do pé sujo’ e ameaçando me bater se eu não saísse de lá”, afirmou.
Outras três pessoas também registraram Boletins de Ocorrência por terem recebido ameaças de violência física por parte do empresário. Os funcionários que foram vítimas e apoiadores vão realizar uma manifestação contra o racismo e violência em frente ao estabelecimento do agressor. O protesto está previsto para iniciar às 8h30 na referida loja, localizada na Avenida Álvaro Maia, bairro Praça 14, zona centro-sul de Manaus.
A reportagem do GRUPO DIÁRIO DE COMUNICAÇÃO (GDC) conversou com um especialista para entender como a lei ampara o direito de ir e vir dos trabalhadores. O advogado Divino Barreto explicou que a lei ampara os trabalhadores sejam eles contratados, prestador de serviço ou autônomos. O especialista também afirmou que não há nada na legislação brasileira que impeça ações de panfletagem.
Fonte: D24am








