
Neste último sábado (12), o Boi-Bumbá Caprichoso anunciou o tema para sua participação no 58º Festival Folclórico de Parintins em 2025: “É Tempo de Retomada”. A revelação ocorreu durante a celebração dos 111 anos do bumbá, no curral Zeca Xibelão, e a proposta é um verdadeiro manifesto cultural em defesa da vida e da preservação da humanidade.
Ericky Nakanome, presidente do Conselho de Arte do Caprichoso, explicou que o tema busca uma conexão com as raízes e saberes antigos, enfatizando práticas que podem curar a terra e moldar um futuro melhor para a humanidade.
Uma novidade histórica do festival é que, pela primeira vez, um indígena é responsável pela identidade visual de um bumbá. Adolfo Tapaiüna, de 21 anos, estudante de Tecnologia e Designer Digital na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), criou a arte que representa o tema. Desde os 12 anos, ele se dedica ao grafismo indígena e, com o conhecimento transmitido por sua mãe, também artesã, já contribui nas pinturas corporais da cunhã-poranga do Caprichoso.
A equipe criativa inclui Ananda Cid, descendente do fundador do Boi Caprichoso, Roque Cid, que trouxe um toque moderno às ilustrações, e Denner Silva, finalista do curso de Artes Visuais da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), que ajudou nas ilustrações. Ambos expressaram entusiasmo e um profundo senso de responsabilidade ao se envolver em um projeto tão significativo.
O tema “É Tempo de Retomada” enfatiza a ancestralidade, a tradição e a arte, valores essenciais para o Caprichoso. A arte que simboliza o tema apresenta uma mulher indígena grávida segurando uma criança, simbolizando renascimento, enquanto uma serpente em grafismos representa renovação. As cores e raízes do Caprichoso, segundo Nakanome, refletem a crença de que as soluções para os desafios do mundo estão nas tradições e sabedorias ancestrais.
Desde agosto, o Conselho de Arte do Caprichoso trabalha no projeto com o objetivo de criar uma apresentação que não apenas busque o tetracampeonato, mas também faça uma forte declaração em defesa da Amazônia e de seus povos. O desafio agora é transformar essa temática em um espetáculo grandioso que cative o público no Bumbódromo e reforce o papel do Caprichoso como defensor da cultura e da vida.