
Brasil – Na manhã desta sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado em Natal, capital do Rio Grande do Norte, após sentir fortes dores abdominais. As queixas são resultado de um quadro de obstrução intestinal decorrente da facada sofrida quando ainda era candidato à Presidência, em 2018.
O médico de Bolsonaro, Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, não descarta a possibilidade de que seja necessária uma nova cirurgia. Ao todo, o ex-mandatário já foi submetido a pelo menos seis operações desde o ferimento à faca. Além disso, precisou ser internado em ao menos 13 ocasiões.
A obstrução intestinal, causa da atual internação, ocorre quando há bloqueio do intestino, parcial ou completo, o que impede o funcionamento normal do sistema digestivo ou a passagem das fezes. O ex-presidente também foi hospitalizado devido ao problema em maio do ano passado, em 2023 e em 2021. Em 2023, chegou a ser operado para resolver a obstrução.
Segundo informações do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), a obstrução intestinal pode ter diferentes causas. As mais comuns são aderências (faixas de tecido fibroso feitas por cicatrizes), tumores e hérnias. Casos como o de Bolsonaro, de pacientes que foram submetidos previamente a operações abdominais, são comuns devido às cicatrizes.
Quando a obstrução é parcial ou incompleta do intestino, o diagnóstico é chamado de suboclusão intestinal. Nesses casos, o tratamento geralmente não envolve a cirurgia e é realizado por meio da administração de líquidos por via intravenosa ou por uma sonda inserida na cavidade nasal que vai até o intestino.
O paciente também é mantido em jejum até que o problema seja completamente resolvido. O objetivo é aliviar a pressão no intestino para que a obstrução seja desfeita. O tratamento precisa ser feito em âmbito hospitalar, por isso a necessidade de internação.
Já em quadros mais graves de obstrução completa há a indicação da cirurgia para liberar manualmente o trânsito do intestino. A operação também pode ser recomendada quando o tratamento mais conservador não dá resultado em cerca de 48 horas, explica o cirurgião do aparelho digestivo Juliano Barra, do Hospital Sírio-Libanês.