Nesta terça-feira (13), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), atual presidente do Banco do Brics, apresentou durante reunião com autoridades chinesas o polêmico mapa-múndi invertido lançado recentemente pelo IBGE. A nova versão coloca o Sul Global na parte superior e posiciona o Brasil no centro do mundo. Dilma estava acompanhada do presidente do IBGE, Marcio Pochmann.

Pochmann compartilhou imagens do encontro nas redes sociais, afirmando que o mapa “inspirou líderes mundiais” ao propor uma nova visão geopolítica do planeta, destacando o papel crescente do Sul Global.

– A presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, e o primeiro-ministro da China, Li Qiang, contribuem para divulgar o novo formato cartográfico do mundo em transformação, marcado por um dinamismo econômico e protagonismo geopolítico inéditos nos últimos 500 anos – escreveu Pochmann.

Apesar da defesa do governo, o mapa provocou forte rejeição interna. A Associação dos Servidores do IBGE (ASSIBGE-SN) criticou duramente a iniciativa, classificando-a como “artificial” e “sem respaldo técnico das convenções cartográficas internacionais”. Segundo a entidade, a iniciativa compromete a credibilidade histórica do instituto.

– Colocar o Brasil no centro do mapa não resolve as graves mazelas sociais que enfrentamos. Trata-se de uma ilusão gráfica que enfraquece a seriedade dos projetos nacionais – afirmou a ASSIBGE-SN em nota.

Pochmann, indicado por Lula em 2023, já vinha sendo alvo de críticas dentro do próprio IBGE por suposta gestão ideológica e práticas consideradas autoritárias. Em abril de 2024, o instituto já havia lançado um mapa com o Brasil no centro, mas sem a inversão do Norte-Sul. Na época, o IBGE foi obrigado a emitir uma errata após apontamentos de erros conceituais e imprecisões no material.