
Além de água e gás, a base de qualquer refrigerante inclui suco — e, muitas vezes, açúcar. As tarifas extras anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros podem bagunçar esse mercado global. Na prática, a ofensiva de Donald Trump pode afetar diretamente marcas como a Fanta, um dos produtos mais icônicos da Coca-Cola, que depende da laranja para sua produção.
O Brasil é responsável por sete em cada dez copos de suco de laranja consumidos no planeta. Já a indústria americana produz o equivalente a apenas um copo, mas os Estados Unidos consomem sozinhos cerca de 33% de toda a oferta mundial.
Em outras palavras: de cada dez copos de suco fabricados no mundo, os americanos bebem mais de três, produzem um e precisam importar dois — e é aí que entra o agro brasileiro. O setor nacional garante mais da metade das importações de suco concentrado de laranja dos EUA, produto usado também para fabricar refrigerantes como a Fanta.
Do total exportado pelo Brasil, pouco mais de dois copos em cada sete vão parar no mercado americano, o segundo maior cliente do país. Só na safra passada, as exportações de suco de laranja renderam US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 800 milhões apenas dos EUA.
De acordo com a CitrusBR, associação que representa os exportadores, a nova tarifa imposta pela Casa Branca inviabiliza as vendas para os Estados Unidos e ameaça abrir um rombo na balança comercial do setor.