O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desistiu, de última hora, de participar de uma entrevista ao vivo marcada para as 13h desta segunda-feira (21/7) no portal Metrópoles.

No fim da manhã, Bolsonaro pediu garantias à redação de que não seria preso por dar a entrevista, já que a transmissão aconteceria ao vivo pelas redes sociais do veículo.

Na sexta-feira (18/7), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou novas restrições ao ex-presidente, incluindo a proibição de usar redes sociais, seja de forma direta ou por terceiros.

Com receio de descumprir essas medidas cautelares, Bolsonaro optou por cancelar a participação, pois a exibição seria feita em plataformas como YouTube e X (antigo Twitter).

Para esclarecer os riscos, o Metrópoles ouviu dois ministros do STF e fontes da Polícia Federal, que, sob condição de anonimato, confirmaram que uma entrevista ao vivo poderia ser entendida como violação das restrições impostas.

Essa avaliação surge em meio ao aumento da tensão após a decisão de Moraes, que foi mantida pela Primeira Turma do STF na própria sexta-feira.

No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endureceu o tom contra o Supremo e, em retaliação às medidas aplicadas a Bolsonaro, o governo norte-americano anunciou a suspensão do visto de Moraes, de apoiadores na Corte e de familiares dos ministros.

Até o momento, não há confirmação oficial sobre todos os nomes que serão afetados pela retaliação.

Diante do risco de prisão e do cenário de pressão internacional, Bolsonaro decidiu não conceder a entrevista.