O Ministério das Relações Exteriores de Israel criticou duramente o governo Lula por duas decisões recentes: apoiar a ação da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que acusa Israel de genocídio em Gaza e retirar o Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA).

Em nota publicada na conta oficial do ministério no X, o governo israelense classificou as medidas como uma “grave falha moral”. “Num momento em que Israel luta por sua sobrevivência, voltar-se contra o Estado judeu e abandonar o consenso global contra o antissemitismo é imprudente e vergonhoso”, escreveu.

O Brasil aderiu à IHRA em 2021, durante o governo Jair Bolsonaro, na condição de membro observador. Até agora, o Itamaraty não oficializou a saída da organização.

Relação desgastada

As relações entre Brasil e Israel vêm se deteriorando desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023. Crítico do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, Lula tornou-se persona non grata em Israel após comparar, em fevereiro deste ano, a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto da Segunda Guerra Mundial.

Em reação, Israel chamou seu embaixador de volta e o governo brasileiro retirou seu representante diplomático de Tel Aviv. Desde o ataque do Hamas em outubro de 2023, que matou mais de 1,2 mil pessoas em Israel, o Palácio do Planalto publicou 64 notas contra ações israelenses, mas apenas dez condenando atos do grupo terrorista.

Mais recentemente, o governo Lula também criticou ataques israelenses contra instalações nucleares do Irã, ampliando ainda mais o atrito diplomático.