O governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A manifestação ocorreu no relatório anual do Departamento de Estado sobre a situação dos direitos humanos no mundo, divulgado recentemente.

O documento, que dedica 14 páginas ao Brasil, apresenta críticas à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, acusando o governo de restringir a liberdade de expressão e de enfraquecer o debate democrático. Segundo Washington, o bloqueio de conteúdos e perfis de aliados de Bolsonaro nas redes sociais caracteriza censura.

No centro das críticas está o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apontado como principal responsável por essas medidas. O relatório menciona que Moraes, já sancionado pela Lei Magnitsky em razão de decisões contra Bolsonaro, teria ordenado pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis na plataforma X (antigo Twitter), a maioria de defensores do ex-presidente.

O caso ganhou destaque em agosto do último ano, quando o X chegou a ser bloqueado no Brasil após se recusar a cumprir ordens judiciais, como a nomeação de um representante legal no país. Para o governo americano, tais ações suprimiram de forma desproporcional discursos favoráveis a Bolsonaro, em vez de apenas coibir conteúdos que incitassem violência ou assédio.

Em resposta às críticas, Moraes argumentou que as suspensões tinham como objetivo conter discursos criminosos e ataques às instituições brasileiras. No entanto, para os EUA, a medida acabou limitando o acesso da população a informações e diferentes pontos de vista sobre temas nacionais e internacionais.