
O líder religioso acusado de comandar um esquema de extorsão envolvendo um falso call center foi identificado como Luiz Henrique Santini, autointitulado pastor da igreja Casa dos Milagres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, Santini organizou uma central de telemarketing com dezenas de atendentes contratados sem vínculo religioso, orientados a se passar pelo líder durante conversas via WhatsApp. Para reforçar a farsa, eram usados áudios pré-gravados de Santini prometendo bênçãos, curas e milagres em troca de transferências bancárias via Pix.
Os valores cobrados variavam de R$ 20 a R$ 1,5 mil, conforme o “tipo de oração” ou “grau do milagre”. O grupo movimentou mais de R$ 3 milhões em dois anos, utilizando contas de laranjas e empresas de fachada. Atendentes recebiam comissões semanais, e quem não atingia metas era substituído.
O Ministério Público denunciou Santini e outros 22 envolvidos pelos crimes de estelionato, associação criminosa, curandeirismo, charlatanismo, falsa identidade, corrupção de menores e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou o bloqueio de contas vinculadas ao líder e a aplicação de tornozeleira eletrônica.
As investigações seguem para localizar novas vítimas em todo o país e mapear possíveis ramificações do esquema em outros estados.