
Íris Ferreira Rodrigues, de 25 anos, foi encontrada morta em sua casa, em Águas Formosas, no interior de Minas Gerais. Pelas condições da morte, a polícia mineira tem tratado o caso como suicídio.
Um dia antes, a jovem havia sido um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da nova fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga as fraudes que causaram danos de mais de R$ 6 bilhões a aposentados e pensionistas do INSS.
O IML de Teófilo Otoni, cidade próxima a Águas Formosas, ainda não concluiu o laudo da necropsia e, segundo fontes da polícia, Íris não deixou carta de suicídio.
Dona de uma empresa de consultoria, a Ferreira Rodrigues Credi Agro Consultoria Ltda, Íris era investigada por sua proximidade com o presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores), Carlos Roberto Ferreira Lopes. Ele teve prisão decretada, mas não foi localizado pela PF. Segundo a confederação, Lopes deve se apresentar à polícia. Íris já foi funcionária da Conafer.
Duas pessoas próximas dela, disseram que a jovem mantinha uma relação amorosa com Carlos Lopes. Essas duas pessoas contaram que viram o patrimônio de Íris aumentar, assim como a ostentação de riqueza. Elas também disseram que Íris Rodrigues teria se mudado para uma mansão no Jardim Botânico, em Brasília, antes de voltar a Minas, na região onde nasceu. A coluna não conseguiu contato com os familiares de Íris.
Nos dados divulgados de sua empresa, aberta em Teófilo Otoni em dezembro do ano passado, Íris, que alguns anos atrás era uma recepcionista, apresenta um capital social de R$ 200 mil.
O e-mail de contato que ela incluiu junto à empresa é da própria Conafer, nas redes sociais, a jovem mostrava sua vida em uma fazenda de Minas. Ela se identifica como Maxakali, a etnia indígena de sua cidade natal, Machacalis, onde ainda vivem seus avós.
A Conafer é uma das principais entidades investigadas pela Polícia Federal. Um dos documentos do inquérito informou que a empresa cresceu 16.000%. De R$ 350 mil em descontos em folha de aposentados e pensionistas em 2019, a empresa passou a fazer descontos de, no total, R$ 57 milhões em 2020. Em 2022, os descontos cresceram para R$ 92 milhões e, em 2023, saltaram para R$ 202 milhões.








