Na pandemia, o número de mulheres que empreendem cresceu 40%. No Brasil, de acordo com a Global Entrepreneurship Monitor, empreendedoras já somam mais de 30 milhões, o que representa 48,7% do mercado empreendedor. Neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, o Portal Tucumã conversou com duas empresárias que atuam como empreendedoras virtuais na capital amazonense.
Trabalho livre
Flávia Aragão é empresária e trabalha com gestão de tráfego e Dropshiping um modelo de negócio sem estoque. “Tenho uma loja on-line, faço a gestão de tráfego para essa loja, em que os clientes compram e envio os pedidos diretamente do fornecedor. O melhor de tudo é não precisar investir em estoque”, contou.
A empreendedora começou a trabalhar na área ao investir em mentoria. Ela conta que começou aplicando menos de R$ 1 mil, e no mesmo mês teve R$ 10 mil de faturamento. “Depois fui só escalando. O bom desse Mercado é que posso trabalhar de qualquer lugar do mundo. Tenho total liberdade geográfica, preciso apenas do meu computador, celular e um acesso à internet”, disse Flávia.

Questionada sobre os desafios de empreender na pandemia, Flávia conta que os negócios não sofreram diante das restrições: “Não existe crise para esse mercado. Na pandemia vendemos mais que o normal. No momento que as pessoas estão de quarentena, em casa, passam mais tempo no celular. Enviamos cada vez mais tráfego, são produtos de ginástica para fazer em casa, brinquedos para seus filhos, produtos de cozinha. As vendas aumentaram 3x mais”, afirmou a empreendedora.
‘Mulher sabe empreender’

Flávia conta que já foi alvo de preconceito no ambiente profissional. “Quando estou trabalhando em São Paulo preciso ser mais firme, existem mais homens do que mulheres, então, às vezes, os homens acabam menosprezando nosso trabalho”.
Em Manaus, segundo ela, a realidade muda, e ser a única mulher no escritório não faz diferença, o ambiente é mais leve. “Penso que o maior desafio foi assumir minha posição entre tantos homens no mercado, e mostrar que as mulheres também sabem empreender através da internet”, acrescentou.
Internet é aliada

Outra empresária é Fernanda Oliveira, que também trabalha de forma on-line. A lojinha virtual “Lume Pratas” funciona como uma espécie de vitrine, em que a jovem posta as joias e deixa o cliente a vontade para a escolha”, disse.
“Estava sem renda, não tinha como trabalhar fora por conta da minha faculdade em tempo integral. Nesse mesmo tempo, minha cunhada ficou desempregada por conta da pandemia e resolvemos abrir um negócio com pratas e joias”, contou Fernanda.
“Nosso maior desafio é a renovação, achar fornecedor com preços justos e peças de qualidade. Hoje estamos vendendo para quase todos os estados, com valores de frete baixos. Estou muito feliz!”, finalizou Fernanda.
Empreendedorismo feminino vs Masculino
• Os homens estão mais endividados do que as mulheres: 38% deles têm dívidas/empréstimos, mas estão em dia, contra 34% delas. Já as mulheres são mais cautelosas em relação a contrair dívidas: 35% delas disseram que não possuem dívidas contra 30% dos homens.
• A maior parte dos homens tem empréstimos bancários (46%) em relação às mulheres (43%). As dívidas com impostos/taxas também foram citadas por 16% dos homens e 13% das mulheres.
• A maior parte das mulheres (51%) disse que não buscou empréstimo bancário para a sua empresa desde o começo da crise, enquanto 54% dos homens buscaram.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), mostra que a pandemia interrompeu um movimento consistente, verificado desde 2016, de crescimento na representatividade das mulheres no universo do empreendedorismo no país.
Fonte: Portal Tucumã





