A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votou na última terça-feira (23) a favor da suspeição do ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, no que diz respeito às investigações da Operação Lava Jato que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) envolvendo um tríplex no Guarujá.
Votos
Com isso, dos cinco membros da Segunda Turma, votaram pela suspeição de Moro Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, e contra o relator Edson Fachin e Nunes Marques.
Cármen e Fachin tinham dado seus votos em novembro de 2018, no início do julgamento, antes da revelação dos diálogos da Vaza Jato, que expuseram conversas entre Moro e membros da Operação Lava Jato.
Argumento
A ministra Cármen Lúcia citou como argumento para considerar a parcialidade de Sergio Moro as conduções coercitivas, repetindo a argumentação de Gilmar sobre espetacularização; as interceptações telefônicas e as quebras de sigilo do ex-ministro petista Antônio Pallocci.
Cármen ressaltou que cabe habeas corpus para discutir suspeição, fala que contrapõe o voto de Nunes, e que não se baseou nas mensagens divulgadas no caso Vaza Jato — portanto, não se manifestaria sobre a legalidade daquelas provas
Opiniões
A decisão da Segunda Turma do STF dividiu opiniões entre os representantes da esquerda e direita no Amazonas.
O deputado federal Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), um dos maiores defensores do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) na Câmara, criticou a decisão e disse que estão matando a Justiça no país.
“Sérgio Moro chegou ao núcleo de um dos maiores esquemas de corrupção no País e agora sua biografia ficará manchada por ter sido considerado parcial. Infelizmente, apesar de todos os esforços, caminhamos para uma ruptura. Aos poucos estão matando a justiça no Brasil”, explica.
Por outro lado, o deputado federal José Ricardo (PT-AM), opositor do presidente, comemorou a decisão do STF e ressaltou que fizeram Justiça ao ex-presidente Lula.
“A verdade venceu. O STF declara Lula inocente das falsas acusações. E também declara o juiz Moro suspeito nas suas ações e decisões parciais para impedir que Lula pudesse participar das eleições. Justiça sendo feito, mesmo depois de tantos anos”, conclui.
Por João Paulo Castro
Fonte: Portal Tucumã





