BRASIL – A campanha de Jair Bolsonaro (PT) vai utilizar um direito de resposta concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar vincular aos governos do PT ao decreto do sigilo de 100 anos, utilizado pelo atual governo para esconder a divulgação de assuntos considerados sensíveis e que podem prejudicar a campanha de reeleição do atual ocupante do Palácio do Planalto, além de tentar ligar o Partido dos Trabalhadores ao chamado orçamento secreto. O orçamento secreto vem sendo utilizado pelo governo Bolsonaro para cooptar o apoio de parlamentares no Congresso Nacional.

“Eu quero dizer que o nosso presidente não criou a lei do sigilo de 100 anos. E hoje eu vou revelar para vocês: essa questão do sigilo está na lei que foi criada no governo Dilma Rousseff, do PT, em 18 de novembro de 2011. O número da lei é 12.527″ — diz a apresentadora na peça publicitária que será veiculada nesta quinta-feira (27), de acordo com o jornal O Globo.

Ainda segundo a reportagem, “a narradora também afirma que ‘Bolsonaro foi contra o orçamento secreto’” e cita seis parlamentares petistas que utilizaram recursos do mecanismo”.

“O presidente Bolsonaro foi contra o orçamento secreto. Então vem cá, como o PT pode acusar o Bolsonaro de criar o orçamento secreto— se os parlamentares do próprio PT se utilizam dele? Olha só aqui alguns deles: Fabiano Contarato, Humberto Costa, Rogério Carvalho, Flávio Nogueira, Leonardo Monteiro, Paulo José, entre outros”, afirma ela.

A informação, contudo, é apresentada de forma distorcida pela campanha do atual ocupante do Palácio do Planalto. Em 2019, Bolsonaro vetou as emendas de relator, que integram o orçamento secreto, mas acabou sancionando a iniciativa meses depois e encaminhou um projeto sobre o assunto ao Congresso que foi aprovado rapidamente.

Os recursos das emendas por meio do orçamento secreto são destinados em percentual muito mais elevado aos parlamentares que integram a base governista do que aos parlamentares que fazem oposição ao atual governo.