O Amazonas registrou altas temperaturas durante o mês de agosto, chegando a marcar 36°C com sensação térmica de 40º graus, e poucos períodos de chuva, marcando o verão amazônico. Com a exposição ao sol intenso, vem a preocupação com as doenças de pele, principalmente o câncer. Especialistas explicaram ao EM TEMPO como se prevenir e identificar as diferentes patologias ocasionadas pela exposição solar.

Os principais tipos de câncer de pele são o melanoma, o carcinoma espinocelular e o carcinoma basocelular. Este último é o mais comum, se apresenta como um caroço e é um tipo de câncer localmente invasivo, que só se espalha por outras áreas do corpo em casos extremamente raros, conforme explica o dermatologista Alex Panizza.

“Basicamente essa forma de câncer de pele se apresenta como um pequeno caroço que, na sua superfície, possui muitos vasos que, tecnicamente, são chamados de telangiectasia e também costuma ulcerar, ou seja, na sua superfície ele apresenta ulceração com o passar do tempo. Essa ulceração não cicatriza, é uma característica fundamental dele e costuma acontecer em áreas do corpo de maior exposição, principalmente no rosto, em uma parte acima da comissura labial, e também nas orelhas. O nariz é uma das áreas mais acometidas”, explica o dermatologista.

O crescimento deste carcinoma é lento, mas progressivo. De acordo com o especialista, este tipo de câncer é considerado perigoso quando localizado em áreas nobres, como por exemplo, próximo do globo ocular. Os pacientes que forem acometidos pelo basocelular devem realizar acompanhamento médico regularmente, pois um novo caroço pode surgir em outra parte do corpo.

O carcinoma espinocelular é um tipo de câncer de pele que também ocorre em áreas mais expostas do corpo, mas é mais comum em pessoas idosas ou que já tenham a pele mais afetada pela exposição solar. Alex explica que a pele da pessoa acometida por esse tipo de câncer é chamada de fotoenvelhecida, uma pele áspera, enrugada, devido à exposição frequente ao sol.

“Nesse caso encontramos uma pele bastante fotoenvelhecida, na qual existem lesões que denominamos pré-cancerosas como a queratose actínicas, encontra-se uma pele bastante áspera, amarela, enrugada. Esse tipo de câncer costuma se apresentar como um acúmulo de escamas, ou ulceração, que não cicatriza, ou na apresentação de nódulos verrucosos em áreas expostas da pele. Ele pode aparecer em qualquer área do corpo, mas se apresenta com frequência nos lábios, no dorso das mãos, no couro cabeludo e nas extremidades”, conta o especialista.

Este tipo de carcinoma tem uma característica diferente do basocelular, ele costuma apresentar metástases, ou seja, ele envia partes do seu tumor para outras áreas do corpo como pulmão, cérebro e gânglios linfáticos. “Este carcinoma tem uma progressão mais rápida e maiores taxas de mortalidade”, conta o dermatologista.

E, por último, há o melanoma, um dos tipos de cânceres mais mortais que existem. Ele surge a partir de uma pinta, um sinal, pré-existente ou nova. O dermatologista conta que é mais comum que seja uma pinta nova e que apresente cinco características: assimetria, bordas irregulares, diversidade de cores, diâmetros maiores que 0,5 milímetros e de evolução rápida, com mudanças na forma, tamanho e cor.

“Este tipo de câncer pode acometer qualquer área do corpo, mas no caso das pessoas pardas ele se localiza com frequência nas extremidades. Ele é extremamente agressivo, a tal ponto que a sua cura só acontece se diagnosticado no início da doença, por isso é muito importante as campanhas de alerta para a presença de manchas que apresentem estas características. O diagnóstico no início da doença é importante, pois chega um momento em que ele alcança um determinado lugar da pele no qual não tem mais regressão, e sim progressão”, explica o dermatologista.

A dermatologista Rima Raad explica que a proteção contra o sol é muito importante para evitar estes tipos de cânceres. “Deve-se evitar a exposição solar nos horários mais críticos entre 9h e 16h. Além disso, é fundamental o uso frequente do fotoprotetor e de barreiras físicas, como roupas e bonés. Hoje em dia temos disponíveis roupas e acessórios que já vem com fotoproteção”.

Ela conta também que os tratamentos são variados e feitos de acordo com cada caso, por isso a importância do acompanhamento médico. Os diagnósticos são estabelecidos, na maioria das vezes, a partir de uma biópsia, onde é coletada uma amostra do sinal ou caroço para análise.

“É possível identificar o problema por meio do autoexame da pele, mas na maioria das vezes necessita de confirmação com biópsia. O tratamento é variável, quando a doença está em estágios iniciais geralmente a simples retirada cirúrgica e acompanhamento clínico são suficientes. Em tumores avançados ou com tipos histológicos agressivos, geralmente são necessários outros tratamentos mais específicos com o acompanhamento com oncologista em conjunto”, afirma a dermatologista.

Fonte: Em tempo