A data 23 de setembro é o Dia Mundial do Combate ao Estresse e apesar de ainda não ser considerada uma doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é uma preocupação global que pode atingir qualquer pessoa. Apesar de não ter dados concretos, o estresse acomete 70% da população brasileira, de acordo com o levantamento realizado pelo órgão internacional e, desse percentual, 30% corresponde ao estresse relacionado ao trabalho.

Uma rotina cheia de atividades, sem tempo para descansar, pode desencadear o estresse. A professora Liana Lima, por exemplo, tem uma vida agitada. Às 5h30, ela sai de casa para se exercitar, percorrendo os cinco quilômetros diários. Liana volta, faz o desjejum para a família e se arruma para o primeiro trabalho. Na hora do almoço, volta para casa e almoça com a família. No período vespertino, dá aulas em uma escola pública e ainda leciona em uma universidade à noite.

Em alguns dias, a mãe de três filhos, acha que não irá conseguir conciliar a profissão com a vida de mãe, esposa e dona de casa. “Quando chega ao final do dia, só quero dormir. Algumas vezes parece que não vou aguentar essa rotina. Eu procuro descansar aos finais de semana, mas também passear para conseguir mudar de ambiente e me distrair com a minha família”, revela Liana, que já sentiu alguns sintomas do estresse no seu dia a dia.

Reação do corpo

 

Segundo o psicólogo, quem já teve Síndrome de Burnout e fez o tratamento, pode voltar ao trabalho, pois já entende os seus limites
Segundo o psicólogo, quem já teve Síndrome de Burnout e fez o tratamento, pode voltar ao trabalho, pois já entende os seus limites | Foto: Reprodução Internet

Segundo o psicólogo Alan Araújo, o estresse é uma reação normal do corpo, pois emite alerta para as situações corriqueiras da vida. Porém, é importante manter o equilíbrio para não gerar enfermidades. “O estresse passa a ser prejudicial à saúde quando ocorre a manutenção desse estado por longos períodos”, esclarece.

Sintomas da depressão

Estafa, problemas cardiovasculares, insônia crônica, depressão, ansiedade e Síndrome de Burnout são algumas doenças desencadeadas pelo estresse. O psicólogo, ainda explica alguns sintomas que as pessoas devem estar em alerta. “Insônia, cansaço, dor de cabeça, agitação, tristeza e irritabilidade, dificuldade em se concentrar e falhas na memória, queda de cabelo, perda ou ganho de peso são sinais evidentes, mostrando que uma pessoa pode estar estressada. Caso não for tratado, o estresse pode levar até mesmo a danos fatais como acidente vascular cerebral (AVC) ou um infarto.

Durante a quarenta em Manaus, professores, profissionais da saúde e outros trabalhadores, que tiveram que trabalhar em home office, desencadearam um estresse causado pela Covid-19. Você pode conferir a matéria abordando o tema para os professores aqui: Mais de 70% dos professores tiveram saúde mental afetada na quarentena

Esgotamento extremo

Segundo o portal da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas)/OMS Brasil, sentimentos de exaustão, aumento do distanciamento mental do próprio trabalho, redução de produtividade e sentimentos de negativismo sobre a vida profissional são alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout.

O portal ainda explana que a Síndrome de Burnout é o esgotamento extremo gerado pela vida profissional desgastante. Essa doença é comum em profissionais que trabalham sob pressão e, principalmente como cuidadores ou que se relacionam diretamente com pessoas, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, professores e jornalistas. O tratamento pode ser associado com auxílio do psicólogo, com a psicoterapia, e psiquiatra, com a prescrição de antidepressivos.

O psicólogo conta como os sintomas da síndrome podem aparecer. “Os sintomas são similares aos de ansiedade e a depressão, como por exemplo, cansaço excessivo, físico e mental, dor de cabeça frequente, alterações no apetite, insônia, dificuldades de concentração, sentimentos de fracasso e insegurança, negatividade constante, sentimentos de derrota e desesperança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor, isolamento, fadiga, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais e alteração nos batimentos cardíacos”, detalha Araújo.

O especialista ainda recomenda que o profissional não dedique seu tempo apenas para o trabalho, no entanto, tenha momento de lazer, com a família, uma boa noite de descanso, com 8 horas de sono, atividade física e uma alimentação saudável.

Fonte: D24am