Manaus – No último domingo (25), Vanessa Grazziotin e Eron Bezerra, ambos do PC do B (Partido Comunista do Brasil), realizaram um ato em defesa da ZFM (Zona Franca de Manaus) nas proximidades do mini shopping do bairro Compensa, Zona Oeste da capital, onde foram alvos de protestos de manifestantes.

O ex-deputado federal e a ex-senadora ouviram por vários minutos gritos de “ladrões”, “fora comunista” e outras palavras de baixo calão durante a realização do ato. Vale ressaltar que os dois estão sem nenhum cargo político e, conforme informações dos bastidores, eles tentearão cargos para ALE-AM (Assembleia Legislativa do Estado) e para Câmara dos Deputados, em Brasília.

Acusações 

Quando foi senadora, Vanessa Grazziotin e seu marido Eron Bezerra foram investigados pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelo recebimento de valores da empreiteira Odebrecht durante sua campanha eleitoral em 2012 sem registrar oficialmente os valores.

Ela aparece na lista de políticos que foram alvos de inquéritos após o ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a investigação com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht.

Segundo o depoimento de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, Vanessa Grazziotin teria recebido repasses da Odebrecht em 2012, a pretexto de doação para sua campanha eleitoral, mas sem o registro oficial, que é obrigatório. Em sua defesa, Vanessa afirmou que as doações feitas para suas campanhas foram oficiais, declaradas e posteriormente aprovadas pela Justiça Eleitoral.”

Bezerra, seu marido, é suspeito de ter participado de uma reunião envolvendo o recebimento dos valores, de acordo com o inquérito. Ele negou contato com a Odebrecht e disse desconhecer a lista de investigação de Fachin.

Desvio de verba na Zona Franca

O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o ex-secretário Eron Bezerra (PCdoB) a devolver R$ 1,5 milhão em razão de irregularidades na aplicação de verba que deveria ter sido usada na construção de uma indústria de fécula de mandioca entre Careiro e Manaquiri, quando  foi titular da Secretaria de Produção Rural do Amazonas em gestões passadas.

O dinheiro foi repassado para a Serpror por meio do Convênio 35/2007 firmado com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no valor de R$ 1,7 milhão. A secretaria chegou a comprar os equipamentos, mas a obra não foi concluída por problemas técnicos, gerando um prejuízo de R$ 779,9 mil, segundo o TCU.