MUNDO – Desde a publicação de informações no informe de Surto de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 15 de abril, sobre a hepatite aguda de origem desconhecida no Reino Unido e na Irlanda, houve relatos de casos em crianças e adolescentes entre 1 mês e 16 anos de idade.

Dezessete crianças –aproximadamente 10% do total– necessitaram de transplante de fígado e pelo menos uma morte foi relatada.

De acordo com um boletim da OMS divulgado em 23 de abril, ainda não foi esclarecido se aconteceu um aumento nos diagnósticos da doença ou crescimento na conscientização sobre os casos, que ocorrem na taxa esperada, mas não são detectados.

Ainda estão em andamento as investigações para detecção do agente causador. O adenovírus, que é uma hipótese possível, foi encontrado em pelo menos 74 casos e, do número de diagnosticados com informações sobre testes moleculares, 18 foram identificados como F tipo 41. O SARS-CoV-2 –o coronavírus— foi identificado em 20 pessoas testadas. Além disso, 19 foram detectados com uma coinfecção por SARS-CoV-2 e adenovírus.

A síndrome clínica entre os casos identificados é a hepatite aguda –inflamação do fígado– com enzimas hepáticas acentuadamente elevadas.

Grande parte dos pacientes relataram sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia e vômitos antes da apresentação da hepatite aguda grave e aumento dos níveis de enzimas hepáticas aspartato transaminase (AST) ou alanina aminotransaminase (ALT) acima de 500 UI/L e icterícia. A maioria não apresentou febre.

Os vírus comuns que causam hepatite viral aguda –vírus da hepatite A, B, C, D e E– não foram detectados em nenhum desses casos.

Foi observado recentemente no Reino Unido um aumento significativo nas infecções por adenovírus, particularmente detectada em amostras fecais em crianças, após baixos níveis de circulação no início da pandemia de Covid-19. A Holanda também relatou um aumento simultâneo da circulação de adenovírus.

Entretanto, devido a testes laboratoriais aprimorados para adenovírus, isso pode representar a identificação de um resultado raro existente ocorrendo em níveis não detectados anteriormente, e que agora está sendo reconhecido devido ao aumento da testagem.