BRASIL – O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu publicamente, nesta sexta-feira (24), o acréscimo de R$ 200 no Auxílio Brasil, programa social criado em substituição ao Bolsa Família. Atualmente, o valor máximo do benefício é de R$ 400.

Se o aumento for definido pelo Congresso, chegará aos R$ 600. O governo quer que o novo valor vigore a partir de julho e siga até dezembro deste ano.

O “boom” no benefício é estudado a 100 dias das eleições e deve custar R$ 21 bilhões aos cofres públicos.

Bolsonaro citou mais uma vez os “momentos difíceis” vividos no nosso Brasil e no mundo. “Uma inflação, um aumento de preços que atingem todo o globo, o mundo todo, mas isso a gente supera, como a imprensa está anunciando que o Auxílio Brasil vai passar de R$ 400 para R$ 600”, apontou.

“É o governo entendendo o sofrimento dos mais humildes e, dessa forma, buscando atender a todos”, disse Bolsonaro em cerimônia de entrega de moradias a família de baixa renda na Paraíba.

O valor para bancar o aumento no benefício deve ser proveniente da PEC dos Combustíveis, que tinha como objetivo compensar os estados que reduzissem o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre diesel e gás de cozinha.

Ante a reação dos governadores, contrários à medida, o governo federal deve abandonar a ideia de compensar os Executivos estaduais e usar os recursos da PEC – em torno de R$ 30 bilhões – para bancar benefícios sociais.

Novo pacote de “bondades”

Além da ampliação no Auxílio Brasil, o governo pretende criar o chamado “Pix caminhoneiro”, um vale para caminhoneiros autônomos de R$ 1 mil, que visa compensar a alta dos combustíveis. De acordo com a equipe econômica, a medida deve beneficiar 800 mil caminhoneiros e custar R$ 4,8 bilhões.

No conjunto de medidas, o Planalto ainda espera dobrar o o valor do vale-gás. Atualmente, o benefício de R$ 52 é pago a famílias de baixa renda a cada dois meses. Segundo o Ministério da Cidadania, o valor do benefício corresponde a 50% da média do preço do botijão de 13kg de gás liquefeito de petróleo (GLP).

A ideia do governo é turbinar o benefício em ano eleitoral e tornar o pagamento do auxílio mensal.

A ampliação nos benefícios deve ser definida na semana que vem, após reunião entre integrantes do Palácio do Planalto e lideranças do Congresso Nacional esperada para segunda-feira (27).