BRASIL – Vista como categoria que integra a base de apoio de Jair Bolsonaro (PL), os policiais terão mais atenção do ex-presidente Lula (PT) nas próximas semanas.

De acordo com o jornal O Globo, o ex-presidente deve receber em 27 de julho – na possível companhia de governadores e ex-governadores petistas –  propostas elaboradas pelo partido para atender as polícias: “fixação de um piso nacional para os policiais civis e militares, atualização do programa que prevê compra de equipamentos e bolsa de formação a profissionais da categoria, além da recriação do Ministério da Segurança Pública”, informa a reportagem.

Além da apresentação de propostas, o PT adota como estratégia a intensificação de conversas entre seus representantes e membros das forças de segurança. O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) tem feito este papel, além de participar do grupo que discute os projetos que visam beneficiar os policiais. “É o Bolsonaro que dá a entender que as polícias são bolsonaristas, mas não é verdade. Entendemos que para uma parcela importante das polícias, Bolsonaro é inconsequente e nada entregou a essa categoria”.

Outros projetos em avaliação preveem a “integração das polícias nos estados, uma coordenação nacional de metas e estratégias para reduzir índices criminais, um plano de policiamento comunitário e a criação de Territórios da Paz, para levar políticas públicas a áreas conflagradas pelo tráfico e pela milícia. Também deve ser apresentado a Lula a criação de um fundo nacional para financiar a segurança pública”, relata o periódico.

Segundo Benedito Mariano, integrante do grupo e coordenador das propostas de segurança da pré-campanha de Fernando Haddad ao governo de São Paulo, o plano de governo de Lula para a segurança pública “será um marco do ponto de vista de criar uma nova perspectiva de segurança, com destaque para o grande diálogo com a polícia”.

Abdael Ambruster, coordenador nacional de segurança pública do PT, acredita na capacidade de negociação e diálogo de Lula. “O poder de fala de Lula pode ser um divisor de águas. Uma coisa é a gente falar de piso único para as categorias, outra coisa é o Lula falar”.