BRASIL – A deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP) disse ter sido chamada de “traidora” e “vagabunda” no restaurante de um hotel, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, no fim da noite desta sexta-feira (21).

Segundo informações da rádio Itatiaia, Marina registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia, onde ficou até 5h, horas antes de participar de uma caminhada com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em BH e Ribeirão das Neves, na região metropolitana.

Conforme o boletim de ocorrência, Marina jantava em um restaurante dentro de um hotel onde está hospedada – a candidata afirmou estar com dirigentes da Rede.

Em um momento, ela identificou que diversas pessoas que estavam na mesa ao lado começaram a gritar “palavras de ordem” direcionadas a ela, em manifestação favorável a Jair Bolsonaro (PL). Ela disse ter ouvido uma pessoa que gritou xingamentos como “traidora” e “vagabunda”.

Ainda segundo o registro policial, Marina contou que tentou identificar o homem que a insultou, mas não conseguiu. “Marina deseja deixar registrado que as palavras de ordem repetindo o nome do candidato Bolsonaro e chamando-o de ‘mito’ fazem parte do jogo democrático e que não tomou isto como ofensa, e sim o fato de um dos membros do grupo chamá-la, por duas vezes, de ‘vagabunda’”, informou o boletim de ocorrência.

Marina enfatizou que registrou a denúncia por entender que no contexto do “acirramento político que estamos vivendo”, essa atitude caracteriza violência política de gênero, que tem como intuito “inibir o exercício da ação política das mulheres”.

Ela também se manifestou, nas redes sociais, sobre o episódio.

“Ontem, após jantar com dirigentes da Rede no restaurante do hotel Radisson Blu (BH), fui xingada por simpatizantes de Bolsonaro. É a velha tentativa grotesca de coagir a ação política das mulheres. É a violência política de gênero se espalhando pelo país em tempos bolsonaristas”, escreveu a deputada eleita.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais relatou que Marina prestou queixa e fez boletim de ocorrência.

“A Polícia Civil de Minas Gerais apura a prática de injúria contra Marina Silva, candidata eleita a deputada federal, vítima de insultos motivados por questões políticas, na noite de ontem (21/10), em BH. Na Delegacia de Polícia, foi lavrado boletim de ocorrência. O autor ainda não foi identificado”, disse a nota.

Lula, por meio da sua conta no Twitter, prestou solidariedade e disse que o episódio “faz parte da escola do fascismo”.

“O ataque ontem a Marina Silva faz parte da escola do fascismo. A pessoa que xingou a companheira Marina não é uma pessoa séria. Mesmo com pensamento antagônico, uma pessoa séria jamais se levantaria pra xingar alguém dessa forma. Minha solidariedade a Marina”, escreveu o candidato.