AMAZONAS – Nesta terça-feira (8/11), a desembargadora Nélia Caminha Jorge foi eleita, por aclamação, a nova presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Caminha presidirá a corte no biênio 2023-2024, sendo a sucessora do desembargador Flávio Pascarelli e se tornado a terceira mulher a comandar o tribunal.

Além de Nélia, disputavam a presidência os desembargadores Cezar Luiz Bandiera, Airton Luís Gentil, Lafayette Junior e Socorro Guedes. Os quatro desistiram da competição, o que possibilitou a eleição por aclamação da nova presidente. Nos bastidores dos tribunais, Nélia Caminha teve o apoio do ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Campbell tem grande influência sobre judiciário do Amazonas e pode ter sido um dos fatores que facilitaram a eleição de Caminha.

Além da nova presidente, foi eleita como vice-presidente a desembargadora Joana Meirelles. Em situação similar a Caminha, Meirelles contou com a desistência dos desembargadores Elci Simões, Airton Gentil e Cezar Luiz Bandiera para chegar ao posto. Como Corregedor-Geral de Justiça, foi eleito (também por aclamação) o desembargador Jomar Fernandes. Fernandes era o único magistrado que disputava o cargo em questão. A posse dos novos dirigentes do TJAM deve acontecer em 2 de janeiro de 2023.

Trajetória de Nélia Caminha

Nélia Caminha é natural de Manaus (AM) e ingressou na magistratura em 1989, no cargo de juíza substituta de carreira na Comarca de Humaitá. Em 1994, Caminha foi promovida, por merecimento, a juíza de Direito da 2ª Entrância e assumiu a Vara Cível e de Acidentes de Trabalho de Manaus. Após passar por diversas varas e cargos na Justiça amazonense, em 2015, Nélia chegou ao cargo de desembargadora do TJAM. Ente 2020 e julho de 2022, ela esteve no cargo de Corregedora-Geral de Justiça.

Polêmicas

Em 2019, o The Intercept Brasil publicou a reportagem “Terra de Dinastias“, na qual denuncia a prática de nepotismo no Judiciário amazonense.

Entre os nomes envolvidos no escândalo, aparecem o da desembargadora Nélia Caminha e de seus filhos gêmeos, os juízes Igor e Yuri Caminha Jorge. Segundo o Intercept, o ‘Tribunal de Justiça do Amazonas esticou concurso para garantir vagas a filhos de desembargadores’, entre eles, os Caminha. O TJAM nega as acusações.