O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina registrou uma retração de 2,1% no terceiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (16) pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Com isso, o país acumula seis trimestres consecutivos de queda interanual.

Apesar do cenário negativo, o PIB apresentou recuperação de 3,9% entre julho e setembro em comparação com o segundo trimestre, após três períodos seguidos de retração. O desempenho foi impactado pelos efeitos da desvalorização do peso argentino em dezembro de 2023, logo após a posse de Javier Milei, além do rigoroso programa de ajuste fiscal e da inflação ainda elevada, que atingiu 166% em novembro no acumulado de 12 meses.

Na análise da demanda, houve crescimento de 12% na formação bruta de capital fixo e avanço de 3,2% nas exportações. O consumo privado se recuperou 4,6%, enquanto o consumo público teve alta modesta de 0,7%. Do lado da oferta global, a atividade avançou 3,9%, acompanhada por um aumento de 9,1% nas importações de bens e serviços.

Entre os 16 setores que compõem o PIB argentino, nove apresentaram queda na comparação anual. As principais retrações ocorreram em construção (-14,9%), indústria manufatureira (-5,9%) e comércio (-6,1%). O destaque positivo foi o setor agrícola, com um salto de 13,2%, impulsionado pela recuperação após a severa seca de 2023.

Nos primeiros nove meses do ano, a economia argentina acumulou uma queda de 3%. Segundo projeções de consultorias privadas compiladas pelo Banco Central, o PIB argentino deve encerrar 2024 com retração de 3%, após já ter encolhido 1,6% em 2023.