
Brasil – Os comentários de cunho transfóbico proferidos por Carlinhos Maia contra Liniker foram além das redes sociais e processos judiciais, e podem complicar ainda mais sua situação em outras esferas, como uma participação na Globo. A comunidade LGBTIAPN+ se organiza para impedir que uma homenagem ao influenciador digital seja exibida no Domingão do Huck em janeiro.
De acordo com o portal POPline, grupos segmentados no WhatsApp e Telegram estariam fazendo uma grande movimentação com uma ação de “phishing” nas redes sociais. O objetivo da comunidade LGBTIAPN+ seria tomar conta das publicações do Domingão com Huck e das marcas patrocinadoras do programa com comentários.
A ideia, segundo os organizadores, é impedir a exibição da homenagem a Carlinhos Maia, prevista para ir ao ar em janeiro do próximo ano, como uma penalização pelas falas problemáticas. Os grupos ainda estariam traçando uma forma de cobrar mais responsabilidade do empresário em relação às polêmicas, principalmente relacionadas à comunidade LGBTIAPN+.
As publicações nos perfis do Instagram do apresentador Luciano Huck e da Globo já estão lotadas de comentários de pessoas que se sentiram ofendidas pelos recentes comentários de Carlinhos Maia, pedindo para que a gravação não seja exibida na TV.
Nas redes sociais, internautas comentaram sobre a mobilização. “Primeiramente: homenagear por quê?”, questionou um dos usuários do Threads. “Ele não representa a comunidade e nunca reapresentou. Antes não era assumido. Até aí tudo bem! Ele se assumiu e o discurso foi sempre de ‘O meu marido é meu brother’ não beijo na frente de ninguém, que isso e que aquilo e que tem que respeitar… Respeitar a quem? Se os héteros beijam na frente de quem quiser. Enfim, inúmeras coisas que ele faz que só dão munição para homofóbico do que vestir a camisa”, desabafou outro. “Acredito que esse rapaz não representa ninguém, além dele mesmo”, apontou outro.
“Mas em quem sã consciência vai homenagear alguém que à carreira é baseada em nada?”, perguntou outro. “Ele não representa a comunidade. Sempre surfou na onda que era conveniente, mas nunca vestiu a camisa pra defender de verdade”, disse outro. “O que o Carlinhos Maia fez pra ser homenageado? Essas sub celebridades ficam ganhando muito confete por nada, enquanto tem artistas maravilhosos que passam a vida sem ter o seu valor reconhecido. Eu não sou LGBTQIAPN+, mas fico feliz por ele não representá-los”, concluiu outro.
O caso
O caso envolvendo Carlinhos Maia ocorreu na noite dessa terça-feira, 24, quando o influenciador trocou o pronome de Liniker ao ouvir uma música da cantora.
“Você foi para o show dele, dela, delu, dolu, de Liniker. Dele! Mas ele cantou como dela com Priscila Senna do Recife, vou botar a música, o que importa é a música”, afirmou Carlinhos em um vídeo no Instagram, que foi apagado após a repercussão do caso.
Nesta quarta, Carlinhos voltou às redes para falar sobre o caso. “Eu vivo colocando as músicas da Liniker há anos, não entendo nada [da sigla LGBT+] … tento entender, buscar, porque toda hora aparece uma sigla nova. Ontem eu estava embriagado, o mundo fala mal de mim… ontem eu falei, delu, dalu, dela, para me referir a ela… não é uma desculpa, porque não devo nada. A Liniker é ela, mas a comunidade que vá para a put* que pariu! Não me importo com vocês!”, disparou.