A Justiça Federal no Amazonas manteve a ação penal contra dez acusados de envolvimento em crimes no extremo oeste do estado, entre eles Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Rubens Villar Coelho, conhecido como Colômbia, apontados como responsáveis pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em 2022.

A juíza Cristina Lazzari Souza rejeitou o pedido de absolvição sumária e destacou que existem indícios suficientes de participação dos réus. Com isso, a audiência de instrução e julgamento foi marcada para os dias 13, 14 e 15 de outubro de 2025, em Tabatinga (AM), quando testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas, além dos interrogatórios dos envolvidos.

Na decisão, a magistrada ressaltou que a complexidade do caso e o número de depoimentos exigem uma audiência estendida, com sessões pela manhã e tarde, respeitando o fuso horário local.

Além de Pelado e Colômbia, também respondem no processo Otavio da Costa de Oliveira, Eliclei Costa de Oliveira, Amarildo de Freitas Oliveira, Laurimar Lopes Alves, Jânio Freitas de Souza, Manoel Raimundo Correia, Francisco Lima Correia e Paulo Ribeiro dos Santos. Eles são acusados de integrar um esquema criminoso comandado por Colômbia, atuando em Atalaia do Norte, Benjamin Constant e na Terra Indígena Vale do Javari.

Segundo o Ministério Público Federal, o grupo operava de forma organizada, com divisão de funções, voltado para pesca e caça ilegais, além do contrabando de produtos para a Colômbia e o Peru. As investigações apontam que Colômbia fornecia munições, barcos e apoio logístico à rede criminosa, e que as fiscalizações lideradas por Bruno Pereira prejudicavam diretamente os interesses do grupo.

Preso desde julho de 2022, inicialmente por apresentar documento falso, Colômbia foi transferido em janeiro de 2024 para um presídio federal, onde permanece à disposição da Justiça.